Os incentivos são essenciais pois ajudam no aumento da auto-
estima e melhoram a afetividade entre todos
DINÂMICA DOS NOMES – Logo no início do curso, são confeccionados crachás com os nomes dos alunos, embaralhados e colocados de cabeça para baixo no centro da sala. Cada aluno deve procurar seu nome entre as diversas opções apresentadas. O educador trabalha como facilitador, orientando e incentivando os educandos a resgatar os crachás de forma correta. A dinâmica só termina quando todos estiverem de posse de seus nomes.
* Os alunos demonstram grande interesse por esta dinâmica, pois o nome de uma pessoa é o primeiro passo para ser reconhecida no meio em que vive. É a identidade, o estar presente no mundo, o reconhecer-se entre os outros. Por trabalhar esses valores, os educandos geralmente não apresentam grandes dificuldades na sua execução. Ao lidar com o emocional, ajuda a resgatar a auto-estima e deve ser incentivada em todos os cursos de alfabetização.
PALITOS DE FÓSFOROS – O educador explica o termo “decimal”, primeira maneira do Homem lidar com os números, a partir dos dedos das mãos. Distribui palitos, em grupos de dez, convidando os alunos a participarem da dinâmica. Cada grupo de palitos é substituído por um palito maior, representando as dezenas. Com esta dinâmica podem ser trabalhadas a adição e a subtração num momento inicial e a partir de situações do cotidiano dos alunos. Posteriormente, o educador introduz no quadro negro o quadro valor de lugar e a grafia dos números.
* A Matemática é uma disciplina historicamente classificada pelos alunos como chata e difícil. Ao trabalhar suas origens, explicando sua importância para a evolução da humanidade, ou desmistificar os preconceitos que a envolvem, o educador cria um ambiente favorável para o seu aprendizado em classe. Além disso, a partir de situações do cotidiano dos alunos, faz com que estes se interessem pela matéria e percebam sua grande utilidade. Por isso, é uma dinâmica bastante apreciada e de grande aceitação entre os alfabetizandos.
FESTAS, CONTOS E MÚSICAS POPULARES – Embora possam ser dadas a qualquer momento do curso, são mais eficazes no início deste, ou quando os alunos se desinteressam pelas aulas. Forma-se um círculo com a turma e o educador solicita que os educandos falem das festas, músicas e contos ou “causos” que retratem seu passado ou seu lugar de origem. É possível e aconselhável se trabalhar a expressão corporal e permitir que os alunos venham caracterizados para a aula, dependendo do tema escolhido e previamente acordado entre todos
* É o reconhecimento, por parte do educador, de que necessariamente a história de vida dos educandos e a valorização de suas origens vêm antes de seus conhecimentos e domínios sobre a língua escrita, devendo ser bastante valorizado.
Ao contrário do que muitos possam pensar, dinâmicas como esta não são perda de tempo. Os alunos, ao serem instigados a falar de si e ao serem estimulados a se manifestar artisticamente, despem-se dos preconceitos que a vida e a sociedade lhes impuseram, motivam-se e participam ativamente, ao perceberem que estão sendo valorizados e que o espaço escolar, mais que um local de troca de conhecimentos, é também onde podem se manifestar, ter voz ativa e sentir-s verdadeiros cidadãos.
LEVAR À PRAIA – O educador escolhe secretamente uma letra, por exemplo o “d” e diz: “Vou levar à praia um doce”. Passa a palavra a um dos alunos que, ainda sem entender a dinâmica, diz: “Vou levar um rádio”, ao que o educador retruca: “Rádio não se pode levar à praia”, sem explicar o porquê. Outro aluno diz: “Vou levar dominó à praia”. O educador concorda: “Dominó você pode levar à praia”. A dinâmica continua até que todos os alunos entendam seu propósito, levar à praia objetos começados com a letra escolhida.
* Num primeiro momento, o aluno faz associações de objetos que realmente podem ser levados à praia, a partir de seu conhecimento de mundo. Após o enunciado do educador e observando as respostas de outros colegas, utiliza o raciocínio para entender a dinâmica e levanta hipóteses coerentes com seu desenvolvimento no contínuo processo de alfabetização, até entender que seu objetivo é “levar à praia” objetos iniciados com a letra proposta. É uma boa dinâmica, que estimula, por meio de associações, o raciocínio lógico dos educandos.
DOMINÓ - Pode ser usado para o aprendizado da Matemática ou do Português. No caso da Matemática, pode-se fazer peças de cartolina ou outro material resistente. Os alunos têm de ir formando a seqüência, colocando as pedras com o mesmo número de pintas. Pode-se substituir um lado da pedra com a representação gráfica do número, no lugar do número de pintas.
No caso de se trabalhar o Português, substitui-se os números e as pintas por gravuras de um lado e sua representação gráfica do outro. O vencedor é aquele que terminar sem nenhuma pedra na mão.
* O jogo de dominó é muito popular, o que facilita a compreensão das regras pelos alunos. Como dinâmica em sala de aula, contribui positivamente para o desenvolvimento do raciocínio e ajuda os educandos a fazer associações entre figuras e palavras (Português) ou número de pintas e sua grafia (Matemática).
FORCA – Faz-se o desenho de uma forca e na sua frente colocam-se traços, cada um representando uma letra. O total desses traços formará uma palavra. A primeira letra é informada. O aluno vai dizendo letras que acha que estão presentes na palavra. Caso a letra informada exista, é colocada sobre o(s) traço(s) correspondente(s). Caso não exista, o educador vai “enforcando” o aluno, primeiro colocando a cabeça, olhos (um por vez), orelhas, nariz, boca, etc., até completar todo o corpo. As letras informadas são colocadas ao lado da forca, para não serem repetidas. São permitidas dicas do educador sobre a palavra. O aluno tem de descobrir a palavra antes de ser “enforcado”.
* Ajuda bastante os alunos em processo de alfabetização, ao desenvolver o raciocínio e buscar construir as palavras com o menor número de erros possível. É essencial que as palavras escolhidas façam parte do universo dos educandos e que seu grau de dificuldade seja compatível com o desenvolvimento da turma. Além de contribuir na alfabetização, ajuda também os alunos a escreverem corretamente.
QUEBRA CABEÇA – Recorta-se de uma revista uma gravura com uma palavra ou um pequeno texto embaixo. Os recortes são feitos de forma irregular, em maior ou menor número, de acordo com o nível de desenvolvimento da turma. São então embaralhados e o aluno tem de reconstruir a gravura e a palavra ou texto que a acompanham.
* Além de contribuir para o desenvolvimento da visão espacial dos alunos, ajuda na associação e na ampliação do raciocínio lógico e melhora seu vocabulário. Gravuras e palavras/texto devem fazer parte da realidade dos alunos para motivar sua participação.
TEIA DE CONHECIMENTO – Forma-se um círculo com todos os alunos no centro da sala. Um rolo de barbante é disponibilizado. Sob a orientação do educador, um dos alunos segura uma ponta do rolo e, a partir de um tema proposto, diz, com uma palavra, sua definição, jogando o restante do rolo para outro colega que o segura, diz outra palavra sobre o mesmo tema e continua a dinâmica. Ex.: Se o tema é “agricultura”, o aluno diz: “Para mim, agricultura é ... (ou representa ...). Ao final da dinâmica, uma teia terá sido formada. As palavras informadas pelos alunos vão sendo anotadas no quadro e após a atividade o educador pode propor a construção de um texto coletivo.
* É uma dinâmica bem interessante, pois trabalha conceitos importantes como união, solidariedade e comprometimento. Note-se que, se somente um dos componentes não segurar adequadamente a ponta do barbante, toda a teia ficará comprometida. Outra observação importante diz respeito à pertinência do tema com a realidade dos alunos. É essencial que o tema seja relevante para eles, facilitando sua participação e conhecimento. A figura da teia ao final da dinâmica reforça a idéia de união da turma e é bastante positiva. A construção do texto coletivo vem confirmar essa idéia.
DINÂMICA DA LATINHA – É uma variação da dinâmica “batata quente”. Em uma latinha são colocadas letras, palavras, números, figuras, etc. A turma é colocada em círculo e o educador inicia a dinâmica tocando uma música, ficando de costas para os alunos. Conforme a música prossegue, a latinha vai sendo passada de mão em mão. De repente, o educador pára a música. O aluno que estiver segurando a latinha nesse momento retira a letra, palavra, etc., e a lê ou interpreta para o resto da turma, formando com ela uma frase. Esta dinâmica pode ser direcionada para a disciplina em que os alunos apresentarem mais dificuldades ou pode ser multidisciplinar. O aluno que responder corretamente sai da brincadeira, que termina quando sobrar somente um elemento.
* Trabalha o raciocínio lógico dos alunos e motiva a criatividade. Se for utilizada com a disciplina em que os alunos apresentam maior dificuldades, facilita sua aprendizagem. Se de forma interdisciplinar, amplia seus conhecimentos.
QUADRO DE GIZ – A turma é dividida em várias equipes e cada equipe escolhe um representante. O quadro é dividido em tantas partes quantas forem as equipes. Sorteia-se uma letra e ao sinal do educador os representantes dos grupos vêm ao quadro e escrevem o maior número possível de palavras começadas com a letra sorteada, auxiliados pelos componentes de seus grupos.
Após um certo número de rodadas (letras sorteadas) o educador termina a dinâmica e declara vencedora a equipe que tiver escrito o maior número de palavras válidas (considerando palavra válida aquela que realmente existe em nosso idioma).
As palavras escritas de forma incorreta devem ser consideradas válidas, porém o educador deve corrigí-las ao final da dinâmica sob a observação de toda a turma
* Dinâmica bastante interessante durante o processo de alfabetização de uma turma. Trabalha a sociabilização, o companheirismo, o senso de responsabilidade ao se trabalhar em equipe. Desenvolve o senso de atenção e motricidade, principalmente nos representantes do grupo.
Além disso, é uma ótima oportunidade para o educador observar aqueles alunos com mais dificuldades de entrosamento e, assim, trabalhar maneiras de vencer esses obstáculos.
DEBATES – A turma é colocada no centro da sala de forma circular, inclusive com a presença do educador, que inicia a dinâmica propondo o debate de uma notícia recente ou que marcou época. É importante que ele coordene a atividade de modos que todos os alunos participem. Ao final, pode sugerir que de cada tema seja retirada uma opinião geral da turma.
Deve ser utilizada sempre que se sentir um desânimo geral dos alunos ou quando o educador sentir que as aulas começam a ficar cansativas. (Gisele)
* Embora à primeira vista possa parecer uma perda de tempo, é uma dinâmica importante para se verificar o nível de conhecimento geral da turma sobre fatos diversos e marcantes.
Como bom observador, o educador pode depreender a cultura geral de cada aluno, assim como suas diversas formas de expressão e, dessa maneira, propor ações mais individualizadas visando seu crescimento.
É surpreendente ver como determinados temas despertam mais o interesse
da turma. Contudo, deve-se evitar temas polêmicos como política ou religião,
respeitando-se as opiniões individuais.
BINGO – Pode-se trabalhar da forma tradicional, com números, na qual cada aluno recebe uma cartela numerada e, conforme as pedras vão sendo cantadas, vai preenchendo sua cartela.
Uma variação interessante é se trabalhar o bingo de letras, substituindo-se os números por letras e seguindo-se o mesmo objetivo, preencher completamente a cartela
* De maneira lúdica o aluno vai se familiarizando com os números. Se trabalhadas as letras, facilita o desenvolvimento do raciocínio lógico e permite-lhe fazer associações, tornando-se importante instrumento metodológico no processo de alfabetização.
FICHAS NUMERADAS – O educador confecciona fichas de cartolina numeradas, cada uma com uma sílaba simples de duas, no máximo três letras e que, juntas, vão formar palavras.
Dependendo do tamanho da turma, pode-se trabalhar com um total de 20 a 30 palavras. Os alunos são divididos em grupos. As fichas são colocadas de cabeça para baixo, embaralhadas e espalhadas numa mesa. Cada representante de grupo vai retirando uma a uma e tentando formar palavras, com a ajuda dos outros componentes.
Por meio de números iguais, identifica as fichas correspondentes, “negociando” com os outros representantes possíveis trocas de fichas.
A dinâmica só termina quando todos os grupos tiverem formado corretamente as palavras que lhes couberam. (Helda)
* Mais do que trabalhar o raciocínio lógico e a associação de que para números iguais existem sílabas de uma mesma palavra, esta dinâmica trabalha valores positivos como solidariedade, união e participação.
A troca de informações entre os grupos é simbolicamente muito significativa. Cada aluno percebe que não se trata de uma competição, mas, antes, um exercício em grande grupo, onde todos precisam se ajudar, pois o jogo só termina quando todas as palavras tiverem sido formadas.
TEXTO COLETIVO – Os alunos são reunidos em grupos e, a partir da orientação do educador, escolhe-se um tema, geralmente uma data comemorativa como Carnaval, Natal, etc., a partir do qual cada componente do grupo diz o que fez nessa data, incluindo seu nome. Por exemplo, se o tema é Carnaval, o texto poderia começar assim: “No Carnaval, Tereza recebeu visitas, Margarida foi viajar.....”.
As frases de todos os componentes dos grupos são escritas no quadro. Depois de o educador verificar que todos os alunos participaram da atividade, propõe uma leitura coletiva das frases e a confecção de um texto coletivo, ou mais de um, caso a turma tenha um número elevado de alunos.
Para encerrar a atividade, pode sugerir que o(s) texto(s) seja(m) lido(s) por todos. (Ione)
* Também nesta dinâmica, os pontos positivos a se ressaltar são o espírito de equipe, o comprometimento e a união da turma. Outro aspecto relevante é a inclusão do nome de todos os alunos no texto, conforme bem observado pela alfabetizadora: “Quando eles vêem seus nomes na lousa, ficam encantados e se esforçam para conseguir ler”.
MURAIS – Dinâmica a ser desenvolvida em duas aulas. Na primeira, os alunos pesquisam de diversas fontes (jornais, revistas, livros) gravuras e palavras que as designam, a partir de determinados temas a serem definidos pela turma. A classe é dividida em grupos e cada grupo cuida de um tema específico. O educador disponibiliza o tempo da aula para que os membros de cada equipe discutam o tema e a fala de cada um, a partir das gravuras/palavras escolhidas, assim como características específicas do tema.
Na aula seguinte, acontece a apresentação. Cada grupo cola seu tema num grande mural preparado na classe e o apresenta. É necessário que todos falem. O educador acompanha cada apresentação e, ao final, ouve a opinião do resto da turma e apresenta sua própria opinião sobre os desempenhos do grupo. Sempre que possível, deve elogiar os trabalhos e usar palavras de incentivo. (Janice)
* Além de trabalhar o espírito de equipe, colabora para o desenvolvimento de valores positivos como respeito, confiança e solidariedade. Cada aluno, ao ter seu momento de fala, percebe sua importância no grupo e se sente motivado a participar. Num primeiro momento, os temas devem ser de conhecimento e familiaridade dos alunos. Porém, aos poucos, o educador deve ir propondo novos temas, visando ampliar seus horizontes.
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